quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fuerza Bruta. Keep walking.

About dreams, travels, nostalgia, suffering, fulfillment and peace of mind.

Depois daquela noite de espera no aeroporto de Cancun, voei para Miami e logo apos para NY. Voltei para NY. A ultima lembranca que eu tinha daqui era de muito frio e muito vento mas quando eu cheguei, na quarta-feira, 29/09, era o Calor quem estava presente. Times Square lotada sempre, a qualquer hora do dia, e as pessoas andando tranquilas, sem a pressa que havia antes para se esconder do frio. Acabei me hospedando num hostel no Brooklyn porque os que eu queria ficar em Manhattan pediam um minimo de seis noites e eu ficaria apenas cinco. Eu nao sabia naquele momento que essas cinco se transformariam em sete e que teria sido melhor ter ficado in the city de uma vez. Ja na sexta-feira o tempo mudou radicalmente e comecou a fazer frio, muito frio, e a chover bastante. Foi ai que eu descobri que prefiro NY no inverno, apesar da baixa temperatura, ou que NY no inverno me traz melhores lembrancas. Passei esses dias revendo amigos e visitando lugares que eu gostava de ir quando estava aqui. Nao sei se foi a readaptacao ou o calor, e a quantidade enorme de pessoas, mas ate quinta eu ainda nao estava me sentindo como antes, porem, com a mudanca de tempo, e a consequente queda no numero de pessoas nas ruas, eu voltei a me dar conta do quanto eu gosto desse lugar. Vi dois espetaculos, um com quatro excertos de pecas de danca de diferentes companhias, incluindo uma brasileira, que foi bem bacana, e outro que chama Fuerza Bruta, que eh meio dificil de explicar o que eh ou do que se trata mas que foi uma das melhores coisas que eu ja vi no teatro. Eh fisico, poetico, magico, visualmente desafiador, overwhelming. Os ingressos custam US$ 75, contudo, com uma pequena pesquisa eu descobri que duas horas antes do espetaculo eles vendem 20 lugares por US$ 25 e eu esperaria mais uma vez por uma hora e meia na fila e na chuva, over and over again. Foi fantastico. Fiquei muito feliz de estar de volta, muito. Porque NY vai ser sempre um lugar especial. Foi aqui que ha tres anos eu comecei essa jornada que se estendeu (sim, eh com "s"!) ate hoje, apesar das minhas voltas ao Brasil. Nesse periodo, foram quatro continentes, diversos paises e muitas cidades. E a verdade eh que eu mentiria se falasse que nunca imaginei que iria a tantos lugares porque eu nunca me limitei no que diz respeito a sonhos e porque eu ja havia visitado repetidas vezes todos eles, ainda que eu nao estivesse la, de fato. De coatchecker e bartender em NY a peao de vinhedo, empacotador de kiwi, operario de fabrica de batata frita e garcon na Nova Zelandia, tripulante de navio no Atlantico, Abercrombie associate no Hawaii e professor no Vietna, eu pude conhecer muitas coisas e tambem descobrir algumas das profissoes que eu definitivamente nao gostaria de ter por muito tempo. Contudo, como diria um grande amigo, viajar tambien es sufrir, e, ahh, o sofrimento tambem esteve presente. Me desesperei, me arrependi e me censurei porque afinal de contas todas as dificuldades que surgiram foram inicialmente criadas por mim, porquanto fui eu que, voluntariamente, decidi comecar a viajar. Mas eh que eu ja sabia, desde antes, que depois de um tempo as coisas se transformam e aquilo que nao foi bom se esquece, se ameniza, fica engracado, e no final eh so o magico que permanece. O resultado eh que no meu vicio, meu bau de lembrancas, nostalgias e historias inventadas, eu pude acrescentar varios volumes que eram necessarios. Eles documentam os lugares que eu visitei, as culturas que pude experimentar, os cheiros que me marcaram, as cancoes que tocaram, as pessoas que tive a sorte de encontrar nesse periodo e com as quais eu aprendi e compartilhei muitas coisas. E, so por desafio, esses volumes se transfiguram, ainda que novos, em paginas antigas e amareladas, para saber ate onde vai a minha determinacao de relembrar tudo o que aconteceu. Apesar de saber que eu estarei entre aqueles que amo, voltar ainda eh um pouco assustador para mim. Eh que eu me acostumei a carregar a minha vida em uma mala, em uma pequena mala, e a estar pronto para partir a qualquer momento, para aonde quer que seja, porque eh disso que eu preciso, do novo e de estar em movimento. As vezes eu acho que nao poderei visitar todos os lugares que quero, nem escutar as musicas ou ler os livros que me despertam interesse e nem passar tempo bastante com as pessoas que gosto. E quando eu penso nisso eh tao angustiante que fica dificil respirar. Todavia, simultaneamente, esse sentimento traz novos ares e novo animo (a)aquele que anda de maos dadas com a melancolia e que deseja, com aquela angustia de fome de carne cantada pelo Alvaro, por momentos de perder o folego. Eu espero, de coracao, que voces tambem tenham desfrutado dessa viagem. Apesar das postagens nao serem tao frequentes quanto eu gostaria, elas dependeram de bastante trabalho e vinham sempre acompanhadas de suor, lagrimas, autoexposicao e da exigencia de poder organizar meus pensamentos e relata-los da maneira mais coerente possivel. Ainda que existam erros, como bom obsessivo, cada post foi lido e relido varias e repetidas vezes, ate que eu achasse que eles estavam prontos para serem publicados. Porque eles sao a minha versao, o meu relato romantico para o futuro, com os seus maus mas, principalmente, bons momentos, de parte do que aconteceu nesse periodo. A verdade eh que, com o meu costume de sempre antecipar mentalmente tudo, eu ja havia me imaginado inumeras vezes escrevendo esse post, mas hoje, nesse exato momento, com as minhas malas aqui do meu lado no aeroporto, pronto para voltar para casa e tranquilo, apesar de ter sido necessario adiar quatro voos essa semana, de precisar passar outra noite no aeroporto (again!) e de nao saber exatamente a que horas eu saio daqui, o que eu consigo pensar eh que tudo valeu a pena, valeu muito a pena, que eu fiz o que eu queria fazer, o que eu tinha de fazer e que talvez eu tenha me tornado um pouco mais do que eu quero ser. Peco desculpas de antemao por qualquer estranhamento inicial, mas eh que as vezes eu demoro a voltar, mesmo quando ja estou ai. Mais uma vez, obrigado a todos pelo carinho, pelos bons pensamentos, tao fisicamente perceptiveis, pelo incentivo e pela presenca constante. Mamae, you already know it but it is never too much stating it again, obrigado por ser quem voce eh.

Beijo enorme!

Fiquem com Deus!

I'll see you in my next destiny.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Let go your heart. Let go your head.

And feel it now.

Sai de Puebla dia 02/09 com o coracao na mao. Eu acabara de me despedir do meu ultimo amigo mexicano. E eh sempre dificil ir embora de um lugar que nao eh a sua casa porque voce nunca sabe realmente quando podera voltar. Voei para Cancun e de la tomei um onibus ate Playa del Carmen, onde eu encontraria a Lali, que tambem esteve aqui de intercambio na mesma epoca que eu e voltou em junho para fazer estagio em Xcaret, um parque tematico super aqui do Mexico. Foi incrivel encontrar com ela novamente, assim como tinha sido com os amigos mexicanos. Muita coisa mudou desde a ultima vez que nos nos vimos, porem, a gente nunca parou de se comunicar e nesses cinco anos nos compartilhamos nossas viagens, no sentido mais amplo que essa palavra possa abranger, as muitas duvidas, momentos bons e principalmente momentos dificeis que tambem surgiram durante esse periodo. Fiquei uma semana em Playa em dias de praia e festa com um pessoal bem bacana que tambem esta por la fazendo estagio. Conheci Xcaret com a Lali e, ainda nesses dias, fui para Tulum, uma zona arqueologica Maia que esta proxima de Playa e fica de frente para um mar que parece de mentira. Ja tinha o voo saindo de Cancun para NY na quinta-feira, 09/09, quando a Anja me escreveu na terca dizendo que tambem viria ao Mexico e chegaria em dois dias. Era mais um motivo para eu poder voltar para a minha cidade e reencontrar todo mundo. Cancelei o voo para NY porque agora eu iria para a pequena Teziutlan-Puebla. Sai de Playa numa van que me deixaria proximo do aeroporto, onde eu poderia pegar um taxi sem ter que pagar tanto. Essa era a intencao. O problema foi que eu dormi e quando acordei nos ja haviamos passado do lugar no qual eu tinha que descer. O motorista da van me falou que eu deveria esperar ate o terminal e de la poderia tomar outra van que me deixaria direto no aeroporto. Chegando la, descobri que o lugar de onde saiam as vans nao era exatamente perto mas mesmo assim comecei a caminhar em direcao oposta ao aeroporto em busca da outra parada. Para tornar tudo mais legal a alca da minha mala havia quebrado ha alguns dias e como eu ainda nao consegui conserta-la eu tenho que, de fato, carrega-la aonde eu va. Mas bacana, life is good, e finalmente eu cheguei no terminal. Ja estou todo faceiro entrando na van quando eles me informam que, sim, a van vai para o aeroporto mas ela eh exclusiva para funcionarios. OI?? Eh isso mesmo? Eu acabei de carregar a minha mala pela pista desde a outra parada, andando na direcao contraria a do aeroporto para ter que pegar um taxi de qualquer forma?? Era isso mesmo. hahaha Meu voo saia em pouco tempo, como de costume porque eu gosto da emocao, e a solucao era ir de uma vez no taxi e pagar mais. Cheguei no aeroporto e na hora do check-in vejo que o aviao vai para Toluca e nao para a Cidade do Mexico. Espera ai, eu comprei o voo para a Cidade do Mexico! Senhor, a companhia nao tem voos para a Cidade do Mexico. Como nao se eh assim que esta na pagina onde eu comprei a passagem?? Eh porque o senhor nao viu direito, na verdade, esta escrito Cidade do Mexico slash Toluca. What the fu$%!? Eu nem sei onde esta Toluca, minha querida, eu nao compraria uma passagem para um lugar que eu nem sei onde fica. Que tipo de pessoa compraria uma passagem para um lugar que ele nem sabe onde fica?? Senhor, o senhor comprou a passagem. Ehh, isso nao eh relevante agora. Onde eh que fica Toluca? hahaha Enfim, o aviao iria mesmo para Toluca e eu nem podia reclamar. Toluca ficava a mais de uma hora da Cidade do Mexico e de la eu teria que descobrir como faria para chegar ao outro aeroporto. Aterrissei em Toluca depois do horario que eu ja deveria estar em Mexico City, dai tomei um shuttle ate uma parte da cidade e de la um taxi para o aeroporto, but against the odds e com algumas horas de atraso a gente pode se encontrar. Passamos a noite na Cidade do Mexico e no dia seguinte pegamos o onibus para Teziutlan. Ficamos dez dias na cidade encontrando amigos e familias, relembrando historias e rindo muito de tudo o que rolou ha cinco anos. Redundante dizer o quanto eu fiquei feliz de estar de volta. Esse ano o Mexico completa 100 anos de revolucao e 200 anos de independencia e as celebracoes que ocorrem no dia 15 de setembro, que ja sao tradicionalmente grandes, foram ainda maiores. Por ter havido varios dias de festa, muitos dos meus amigos voltaram para a cidade e eu pude ver aqueles que eu nao havia encontrado no mes passado. And we partied and we partied more. Eu me surpreendo cada vez que lembro de como cheguei aqui em 2004 porque eu nunca imaginaria que esse se tornaria um lugar tao especial. A cidade eh tao pequena que as pessoas ainda se conhecem pelos sobrenomes, as opcoes tradicionais de lazer sao limitadas, faz frio e chove muito mas como eu amo esse lugar! =] Sai de la com a certeza de que eu vou voltar. Na segunda-feira, 20/09, pegamos o onibus para Huatulco, costa oeste do Mexico, numa viagem de onibus de 15 horas. Eu normalmente nao me importo muito em viajar longas horas, gasto esse tempo pensando em coisas reais e imaginarias e com um mp3 e uma janela eu vou feliz, contudo, parte dessa viagem eh dentro de uma cadeia de montanhas com muitas, muitas curvas loucas e eu fiquei aliviado quando a gente finalmente chegou. Eu adorei a cidade. As praias sao bem menos bonitas que as de Cancun ou de Playa del Carmen, mas agora, em baixa temporada, o lugar estava tao tranquilo que era como ter tudo aquilo so para voce. Voltamos para a cidade do Mexico no domingo, 26/09, e, apesar de havermos chegado depois do meio-dia, ainda foi possivel dar uma passeada e ver algumas coisas. A Anja foi embora na segunda e eu fiquei mais um dia. Fui na Basilica de Guadalupe outra vez e aproveitei para visitar mais alguns lugares. Ja estava satisfeito com os poucos dias na Cidade do Mexico porque la nao eh muito a minha, eh grande demais e tem gente e carro sobrando. Cheguei em Cancun, hoje, 28/09, as 17:45 e o meu proximo voo so sai as 07:00 de amanha. Nesse exato momento eu tenho 12 horas de espera porque eu vou passar a noite aqui no aeroporto. Mais uma vez. A verdade eh que eu gosto de dormir em lugares desconfortaveis. NOT. Um cara do taxi tentou me convencer a ir para um hotel que esta aqui perto mas eu nao vou pagar 100 dolares para tentar dormir por algumas horas, acordar as 03:30 e voltar para ca, not a chance. Entao que venha a madrugada. O destino agora eh NY!
So um update aqui nas horas de espera. O aeroporto praticamente fecha durante a noite e nao ha um unico lugar onde seja possivel encontrar agua por aqui. Acabei de fazer amizade com a senhora da limpeza e ela foi buscar agua para mim em algum lugar reservado para os funcionarios. Fiquei meio preocupado com a procedencia da garrafa que ela trouxe mas ela foi tao prestativa e eu estou tao perto da desidratacao que vou aceitar. So faltam mais tres horas para o voo. =]

Anseio com uma angustia de fome de carne
O que nao sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.

Alvaro de Campos.

Xcaret!

Rainbow.

Transparent.

Middle.

Lali.

Old.

Directions.

Angie.

Tan.

Left.

Rock.

Beto/Kike.

Queridos.

Jugos, Anja, Lucas, Kike, Cochis.

Balance.

Bay.

Wave.

Light.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

I can hear my train coming.

I'm still running for my life.

Bangkok, Tailandia - Mumbai, India - Londres, Inglaterra - Madrid, Espanha - Londres, Inglaterra - New York, USA - Miami, USA - Cidade do Mexico, Mexico - Teziutlan, Mexico

Sai da Tailandia na manha do dia 28/07 num voo com destino a Londres e com uma escala em Mumbai na India. Cheguei em Londres ainda no dia 28 mas o meu voo para Madrid sairia dia 29 e em outro aeroporto. Dei uma passeada por la e consegui pegar o ultimo onibus que iria para o outro aeroporto, depois de ter corrido como louco para encontrar um lugar onde eu pudesse mudar a passagem que eu previamente havia comprado, porem, com a data errada. Cheguei no aeroporto e la eu passei a primeira, das muitas que viriam, noite de espera. De la fui para Madrid onde eu ficaria por 3 dias. Aproveitei o pouco tempo para visitar alguns lugares e rever o pessoal do curso que ainda estava por la. Fez muito calor, bem diferente de como estava em marco, e as ruas ficavam quase vazias durante a tarde. Foi bem bacana estar la outra vez. O que me impediu de desfrutar mais foram as mordidas do animal desconhecido que chegaram no seu auge, incontaveis e insuportaveis. Cocava tanto que era impossivel dormir. Acabei indo ao hospital e depois de muitos antialergicos eu comecei a melhorar, apesar de a medica nao ter podido dizer o que era. Voei de Madrid para Londres no domingo e de la para New York. Cheguei as 18:00h do dia 01/08 e o meu proximo voo so sairia a 18:00h do dia seguinte. Como eu ainda tinha a esperanca de conseguir um voo mais cedo, tive que esperar varias horas no aeroporto e ja nao valia a pena ir para Manhattan so para dormir e voltar depois. Afinal de contas eh sempre bom esperar tantas horas num aeroporto. NOT. Comecei a me sentir como o Tom Hanks no Terminal. O pessoal que trabalhava la ja me olhava com cara de pena: esse cara ainda esta aqui?? Tomei o trem que percorre os terminais do JFK mais vezes do que eu posso contar. Dormi bem pouco porque eu ainda nao tinha me acostumado ao novo horario mas o tempo passou e chegou a hora do novo voo. Sai de NY e cheguei em Miami mais ou menos as 21:00h do dia 02/08. Agora para tornar tudo mais legal a escala em Miami durava quase 12 horas e o aviao para o Mexico so sairia no outro dia de manha. Cheguei na Cidade do Mexico as 10:00h do dia 03/08 e ainda precisava pegar um onibus para a cidade onde eu fiz o intercambio. A passagem na migracao do Mexico foi super rapida e eu corri para pegar o metro ate a estacao porque eu sabia que havia um onibus as 11:30h. Corri muito, mudei de trens, carreguei a mala por escadas, esbarrei em mil pessoas, mas por 2 minutos nao me deixaram pegar o onibus e eu tive que esperar mais 2 horas ate o proximo, o que ja nao fazia tanta diferenca depois dos quase 3 dias de viagem mas ainda assim eu fiquei bravo por nao me deixarem passar. Voltar a minha cidade foi inacreditavel. So quando eu comecei a ver a nevoa, tao caracteristica de la, eh que eu entendi que estava mesmo acontecendo. Foi incrivel encontrar, depois de cinco anos, essas pessoas que foram tao importantes para mim durante o intercambio e perceber que, a despeito das mudancas, as relacoes construidas naquele periodo ficaram imunes a passagem do tempo e foi como se eu nunca tivesse ido embora. Conheci novos integrantes das familias e filhos, filhas, esposos e esposas dos meus amigos. Eles, as familias, a comida, a musica, tudo so confirmou o porque de eu gostar tanto desse lugar. Fiquei 3 semanas em Teziutlan saindo todos os dias, revendo pessoas, visitando lugares, comendo muito e revivendo uma epoca muito especial para mim. Sai de la dia 24/08 e agora eu estou em Puebla com amigos que fazem faculdade aqui. Esse post vem direto de uma lavanderia porque a minha mala molhou e eu tive que lavar todas as minhas roupas. Segundo a minha mae, era algo que eu teria que fazer de qualquer forma porque ha suspeitas de que o animal desconhecido tenha me acompanhado pelos continentes. Nesse momento a minha mala esta secando depois de eu ter gasto quase um inseticida inteiro nela. hahaha Quem acha que eu andarei com um cheiro peculiar nos proximos dias? =]

*Over 250 days away. Miss you all.


Sophie.

Mariana.

Cynthia.

Tonho, Chui, Cochis, Rafa, Lucas.

White.

Rancho.

Cross.

Uncles.

Leonardo.

Beer.

Depa.

Kike.

Tono Pa.

Casa.

Family.

Beijo grande!

Fiquem com Deus!

sábado, 7 de agosto de 2010

You set the tone.

Keep walking.

Sai de Sihanoukville no sul do Camboja num onibus ate a fronteira da Tailandia as 8 da manha. O destino mesmo era Bangkok mas como eu estava com esperanca de conseguir um onibus mais barato comprei a passagem so ate a fronteira. Chegando la queriam me cobrar muito mais do que o preco que eu ja havia me recusado a pagar antes. Comecei a me arrepender de nao haver comprado a passagem desde Sihanoukville. Paguei por outra parte do percurso e cheguei numa cidade onde estavam as companhias de onibus oficiais e finalmente consegui comprar a passagem por um preco razoavel. Como eu iria para Phuket, no sul da Tailandia, nao valia a pena passar a noite em Bangkok, entao quando descobri que conseguiria pegar o onibus para o sul naquela mesma noite me perguntei se topava mais 14 horas de viagem, dai responderam que sim e eu fui para a outra estacao de onibus. Nesse interim, conheci um senhor tailandes que me ajudou a fazer tudo, descobriu horarios, negociou precos e foi com ele que eu dividi o taxi ate o lugar onde eu pegaria outro onibus. Cheguei em Phuket as 11h do dia seguinte. Fui andando com a mala atras de um lugar para ficar ate que cheguei na guesthouse onde eles gravaram o filme A praia. Gostei do lugar mas achei que o preco estava meio alto e fui tentar encontrar outra. A busca foi inutil porque o unico lugar mais barato era muito tosco. Voltei para a guesthouse em cinco minutos mas tinham acabado de alugar o quarto que eu havia visto e os outros disponiveis eram com banheiros sem descargas e squat toilets. Eh nao. Decidi passar e fui procurar outra. Nao demorei muito para encontrar mas tive que pagar mais e fiquei muito bravo comigo mesmo por nao ter aceitado o preco da primeira guesthouse. Fiquei so dois dias em Phuket porque estava chovendo bastante e quase sempre nublado. Fui para Ko Phi Phi que eh uma das ilhas do arquipelago Phi Phi e que esta a duas horas de balsa de Phuket. Ko Phi Phi eh incrivel. Mas a ilha principal, que eh bem pequena, tem gente demais e muito lixo tambem. A industria turistica e a infraestrutura do lugar cresceram de forma desigual e isso tem trazido alguns problemas para as ilhas. Porem, as praias, sem duvida, compensam tudo isso. Conheci as outras ilhas, dentre elas a que esta a praia do filme e outra em que as pessoas dividem o espaco com varios macacos malandros que ja se acostumaram a receber comida dos turistas. Felizmente, fez bastante sol e eu gostei muito de ter ido para la. Fiquei alguns dias na ilha e depois comprei a passagem para Bangkok novamente, ja que eu iria visitar algumas cidades no noroeste da Tailandia. Peguei uma balsa ate Krabi e de la uma van que nos levaria ate o onibus. Foi nessa van que roubaram o meu ipod com as minhas fotos, musica e contatos. Fiquei muito bravo, muito. E a situacao foi ridicula. Eram apenas cinco pessoas, dai a gente desceu num posto de gasolina por 10 minutos e quando eu voltei o ipod ja nao estava na minha mochila. Eu vou resumir essa noite em varios surtos de raiva e frustracao porque foi basicamente isso que aconteceu. Depois desci do onibus que eu estava no meio do nada porque queria ir a policia mas segundos depois percebi que nao daria em nada e eu desperdicaria uma noite numa cidade que nao queria ficar, dai acabei perdendo o onibus e tive que descobrir uma nova forma de chegar a Bangkok e comprar outra passagem. A parte boa foi que eu conheci um casal que me ajudou, me levando a outro terminal e conseguindo que eu pagasse menos pela passagem. Cheguei em Bangkok no dia seguinte pela manha depois de ter passado a noite inteira remoendo a minha perda. De la peguei uma van para Kanchanaburi. Cheguei na cidade e fui para a guesthouse, la me falaram que era melhor que eu fosse na policia logo e foi isso que eu fiz, apesar de nao ter resultado em absolutamente nada. Aluguei uma moto em Kanchanaburi e conheci alguns templos, a ponte sobre o Rio Kwai e outros lugares bem bacanas que ficam por la. Um deles foi um open zoo onde eu brinquei com girafas, tigres e elefantes. Uma das girafas quebrou o vidro do onibus enquanto eu a alimentava e eu ja estava esperando que o motorista falasse que eu teria que pagar mas o bixo estava super entretido tirando foto de mim e me sacaneando porque eu estava com medo de que a girafa fosse me morder, se eh que elas fazem isso, e ele nem falou nada. Fiquei praticamente sozinho no zoologico por horas, foi bem legal. As fotos de la estao entre as minhas preferidas. Fui tambem a uma cachoeira bem bacana que esta nos arredores da cidade e fiquei me sentindo porque dirigi mais de 140 kilometros na moto. =] As estradas aqui sao super novas e voce vai feliz sem se preocupar. De Kanchanaburi peguei dois onibus locais e fui para Ayutthaya numa viagem de 4 horas. Ayutthaya foi um reino siames entre os seculos XIV e XVIII e tambem a capital da Tailandia ate a sua transferencia para Bangkok depois que ela foi invadida pelos burmaneses. Tinha ido para la por causa das ruinas desse tempo remoto e dos templos e eu vi muita coisa legal. Estava sentado em um desses templos quando entrou um monge, dai outro e mais outro e em poucos minutos o lugar estava cheio de monges e so eu de fora. Eles comecaram com os canticos e eu fiquei la por um tempao mesmo sem entender nada do que eles faziam porque foi uma experiencia bem legal, bem legal mesmo. Eu tambem tinha alugado uma moto nessa cidade e foi com a ajuda dela, de um mapa e principalmente do pessoal na rua que se esforcava em me mostrar o caminho, ainda que a gente entendesse bem pouco o que o outro falava, que eu conheci os templos mais importantes. Depois de 5 horas visitando templos, parei para almocar e a minha vontade era voltar para a guesthouse porque eu ja estava cansado. Porem, como eu ainda tinha a moto por varias horas, achei que precisava fazer meu dinheiro do aluguel valer a pena e fui para outro templo que eu ainda queria ver e que estava afastado da cidade. Conheci o templo, tirei fotos e estou voltando as 17h para a guesthouse feliz de ter super aproveitado a moto quando, de repente, ela para. Olhei para o painel e vi que estava na reserva. Bom, eu ja havia visto que a moto estava na reserva ha tempos but as everybody knows I like the excitment. hahah Por sorte, a moto parou exatamente na frente de um casal que nao falava absolutamente nada de ingles mas que depois de gestos e mimicas foi super solicito e me levou ate um posto para comprar gasolina. Voltamos, abastecemos e eu achei que finalmente iria embora mas a moto nao funcionou. E agora? Eu tentei, o cara tentou, a namorada dele tentou mas a moto nao funcionava. Eh a bateria! Vamos empurrar a moto. Varias vezes eu tinha visto duas motos andando juntas na rua com o cara de tras empurrando a da frente com o pe mas so nesse dia eu fui entender para o que servia. O cara me empurrou e eu tentei fazer a moto funcionar mas nao deu em nada. O estrangeiro nao sabe fazer direito! Sobe ai, amor! Eu vou para a moto com o cara e a namorada dele vai para a minha mas nao funciona. O que fazer agora? Como eh que eu volto para a cidade sem o telefone ou endereco do lugar onde eu estava? Eu so sabia chegar la! O cara foi empurrando com o pe enquanto a namorada dele guiava a moto e a gente conseguiu chegar numa oficina. Mecanico recarrega a bateria sem sucesso. Abre a moto. Foi ai que ele descobriu que a correia tinha quebrado. Tem que trocar a correia e custa X. Eu andei rapido mas tinha quase certeza que essa nao era a razao da correia ter quebrado. Eu precisava falar com a dona da moto porque nao iria pagar por todo o conserto. Se eu tivesse o telefone do lugar, poderia ter ligado mas como nao havia nenhuma forma de entrar em contato com eles o opcao foi pedir que me levassem na guesthouse para eu falar com a mulher, dai um casal novo, que em algum momento apareceu e comecou a acompanhar a historia, voltou para a cidade comigo. Cheguei la e passei o telefone do mecanico para a dona da moto, dai ela falou: voce paga a metade. Nao, a metade nao. Entao um terco. Aceitei, ja que talvez eu tivesse parte da culpa. Ficou combinado de que eu voltaria para a oficina e esperaria o conserto para traze-la de volta. Quando o mecanico abriu mesmo o motor para tirar a correia, a gente viu que estava tudo muito, muito velho; ele teria que nao so trocar a correia como tambem ir atras de novas partes. Mecanico vai atras de novas partes e eu fico na oficina. Tempos depois ele volta e finalmente faz o reparo. Apos ter visto a situacao da moto e depois das minhas quatro horas de espera, tinha decidido que iria bater o pe e dizer para a dona que nao pagaria nada. Cheguei serio na guesthouse mas nao foi necessario reclamar porque ela foi logo me devolvendo todo o dinheiro e pedindo desculpas pelo tempo que eu tive que esperar mas a verdade eh que eu nem me incomodei tanto de ter ficado na oficina, apesar das mil mordidas de mosquitos. =] De Ayutthaya fui para Bangkok e me hospedei na mesma guesthouse que eu havia ficado em marco. Tinha meio dia de bobeira, dai dei uma passeada, visitei alguns lugares perto e encerrei a fase Asia com aquele mesmo Pad Thai naquele mesmo restaurante de quatro meses atras. Eu tinha um voo saindo de la no dia seguinte.

Still.

Mother.

Grey.

Sides.

Colar.

Bus.

BFF. =]

Wings.

Holding.

Pet.

Tongue.

Tracks.

River Kwai.

Naked.

Turquoise.

Backpack.

Room.

Surrounded.

Old habits.

Remote.

Tough.

Heads.

Gradual.

Rows.

Light.

Beijo enorme!

Fiquem com Deus!